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quinta-feira, 8 de julho de 2010

nada além


Escola. Horário de recreio. Só imagine. Pessoas zanzando de lá pra cá, cadeiras sendo arrastadas, pessoas conversando, outras berrando e eu, observando. Olhares dúbios e atitudes estranhas nunca deram tanto o que pensar. Você conversava com elas e olhava, pra mim. Eu ria para ele e dava uma olhadela de lado, pra você. E quando eu passei, falando de alguma coisa boba ou simplesmente olhando para o all star surrado de sempre, os olhares cruzaram e vi uma interrogação no seu, aquele vinco na testa que sempre odiei estava lá. Corri, te abraçei, desmanchei aquele nó que na minha garganta se formava, te beijei e fui beijada como nunca... na minha mente, apenas. Porque aqui, na real life, no concreto, fiz como um pinguço que sempre quis beber whisky, mas continua pedindo cerveja dia após dia, abaixei a cabeça, não sorri, não olhei, não refleti, só sucumbi à dúvida que você pairou no ar e fiquei desejando insanamente que você pensasse em mim, que pensasse no meu sorriso como penso no teu, que sentisse a crueldade da insegurança na pele e que quisesse tanto quanto eu acabar logo com toda essa história.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Li e me remeti ao tempo e lugar. Momento da vida que não deve cessar, esse da busca de um correspondente para o nosso amor, do nosso jeito, pronto para que alguém chegar com carinho, respeito e chama.
    Desejo que sua ficção não sucumba, pois a minha está plenamente atendida por alguém muito especial.
    Legal guria, me fez lembrar da minha agonia.
    Bjs
    Pai

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